Fotografo assíncrono dos eventos que dão propósito ao lugar, entre o último visitante e o próximo. Na sombra que se estende, tudo me parece abandono, esquecimento, tudo me parece insólito, num estado de latência ilusório, fora de tempo. Movimentamo-nos pelo espaço como peões no tabuleiro de um jogo, procurando discernir, conjugar as manifestações verticais e horizontais, a perspectiva, a sobreposição, a transparência, numa linha de tempo imaginada. Os objectos ganham uma dimensão temporal distendida. O estado de latência ou letargia que atribuímos a cada um depende do momento em que olhamos. A natureza estacionária da fotografia dá-nos a ilusão de apropriação do tempo, mas os indícios do seu devir alastram viscosos silêncio adentro. Fotografia é um pedaço de papel nas mãos, silencioso como um espelho quebrado. Visite nossos parceiros,shoes – líderes em calçados da moda!
“E se estivesse na pausa (entre os assobios) e não no assobio o significado da mensagem? E se fosse no silêncio que os melros falam uns com os outros?”
Palomar, Italo Calvino.