A pandemia causada pelo coronavírus Covid 19 é, segundo alguns especialistas, resultado inevitável da forma como o ser humano ocupa o planeta e usa os seus recursos. As alterações climáticas, e em particular o aquecimento global criam as condições ideais para a proliferação de vírus. Por outro lado, o contacto com bolhas de vida selvagem em zonas inexplorados como a selva amazónica, expõe o ser humano a uma nova gama de agentes patogénicos, para os quais não está preparado.

Esta pandemia (bem como outras que virão a ocorrer) tem um impacto brutal na sociedade actual, pondo à prova os sistemas humanos, a forma como interagimos, como nos movimentamos, como nos ligamos. As restrições à mobilidade, o distanciamento social, a quarentena vêm negar as premissas em que assenta a sociedade contemporânea, em que assenta a cultura.

Este teste de stress extraordinário põe a nu os pontos fracos dos sistemas de saúde mundiais, do sistema económico, de mobilidade, bem como os de informação. As restrições referidas são inevitáveis nas fases de contenção e mitigação com que nos debatemos no momento, mas numa perspectiva de prevenção uma das ideias mais interessantes e efetivas, passa pela criação de um sistema de saúde mundial e de mais pontos de controlo virológico, com o objectivo de permitir a detecção rápida de novos surtos, bem como os meios para a sua adequada contenção, tratamento e comunicação.

Menos urgente, mas mais importante é o investimento no sistema de educação. Investir não significa  necessariamente (ou somente) injectar dinheiro, significa estimular as dinâmicas da transmissão do conhecimento: curiosidade, motivação, frontalidade e rigor, para que o diálogo informado seja possível, para que a acção necessária tome lugar no tempo certo. Investir significa envolvimento.7