“No final do século XIX, o advento das camaras portáteis permitiu o surgimento de um novo tipo de fotografia amadora, cujos praticantes, nas horas de lazer, produziam imagens culturais e políticas, e  de eventos. Simultaneamente, a empresa Levy de Filadélfia desenvolve um processo que reduz significativamente os custos de produção e distribuição da fotografia impressa em halftone abrindo portas para a massificação do meio. No sequência destes desenvolvimentos técnicos, económicos e culturais, os editores de imprensa estão agora em posição de abraçar a fotografia como o principal meio de comunicação visual” substituindo gradualmente o desenho e a ilustração.

Publicações como Collier’s Weekly ou L’Illustration, contrataram fotógrafos como Jimmy Hare para a cobertura dos principais palcos de guerra das primeiras décadas do século XX. (no caso de Jimmy Hare, desde a Guerra Hispano-Americana em 1898, até à Primeira Guerra Mundial).

Mas as fotografias eram muito diferentes das idealizações heróicas dos desenhos e ilustrações com pontos de vista apenas possíveis na imaginação do artista. Os editores viam-se forçados a justificar-se perante os seus leitores, a justificar a fotografia.

Nessa apologia pedagógica a figura do fotógrafo sai enaltecida. São evidenciados os riscos que corre para a captação das imagens, enfatizada a sua proximidade, a sua presença concreta nos palcos de guerra, a sua objectiva como uma janela de acesso directo ao conflito.

Os editores sentiram também necessidade de conduzir a narrativa fotográfica em layouts que davam ao conjunto das imagens uma ordem sequencial, reforçando o sentido de leitura com numeração e legendas.

Recorrendo às imagens dos fotógrafos nas várias frentes de batalha, o editor coloca lado a lado, na mesma página as forças oponentes, as duas faces da mesma batalha.