Ensaios

Matéria

Se, enquanto sociedade, vendermos a educação como quem vende uma qualquer mercadoria, se a ostentarmos como um luxo, como afirmação de estatuto, a Cultura crescerá em torno de conceptualizações Etéreas, totalmente desconectadas da Matéria (a essência da Arte). A complexidade da linguagem, as inúmeras camadas de leitura, cumprem o propósito único de codificar o acesso, filtrando, estratificando.

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Imaginação

No caso particular da fotografia essa experimentação física é mais extrema uma vez que pela sua ligação necessária ao mundo concreto, conseguimos estar dos dois lados do espelho – tocar a realidade diante da câmara e no instante seguinte contemplar um pedaço de papel nas nossas mãos.

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Sawubona

Há que ultrapassar o preconceito do preconceito, o medo da palavra, da pergunta direta, da confrontação, que apenas resulta na reestruturação do hiato entre as várias facões culturais.

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Cultura

Numa época em que a própria educação é objeto de mercado, a sofisticação intelectual torna-se numa afirmação de estatuto social. Assistimos por vezes, na comunidade artística, a algumas elaborações filosóficas puramente formais, intelectualizações apologéticas da superficialidade, que mais não fazem do que codificar o acesso dos demais, elitizar a arte ao ponto absurdo do luxo.

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Luz e sombra

A natureza subjetiva da experiência humana tem expressão naturalmente, também na fotografia, em que realidade e ficção (reconhecimento ou construção?) são tão inseparáveis como o são a luz e a sombra.

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A palavra

Pode a imagem chegar a onde não chega a palavra ou o inverso? Ou pisam terreno comum? Se, por uma lado, a palavra transporta consigo um amplo portefólio de referentes culturais, de imagens mentais, as fotografias são, por outro, como que frases soltas de um discurso fragmentado, parcial, incompleto, transitório. A ponte entre a palavra e a imagem é a metáfora.

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Câmara Escura

Fotografar é contar uma história do avesso – primeiro o que aparece, depois o que está dentro, é uma procura de ecos surdos.

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Alexandre

Uma casa, uma adega, quatro paredes onde Cristo e Baco se digladiam. Lado a lado as fotografias dos antepassados e os talismãs religiosos. O último suspiro de uma casa, de uma vida titubeante entre o trabalho, o vinho e a fé, entre o abandono e o esquecimento. O Avô Alexandre morreu.

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Palco

É o sentimento de pertença o que melhor identifico no seu olhar. Os textos da peça dão voz a uma observação aparentemente naive da sociedade expressa numa linguagem de humor revisteiro, que vai sublinhando um conjunto de valores geracionais. “No meu tempo.. Nós, os menos jovens.. Velhos são os trapos.” Em que ponto é que a ingenuidade se transforma pela convicção da entrega, pelo contexto criado em criatividade esclarecida?

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