Ensaios
Halftone
Em tempos de guerra como é qualificado por algumas vozes o momento presente face à realidade dura da perda de vidas humanas, das tensões sociais e dos desafios económicos que se avizinham, partilho convosco, esta semana, a síntese final do artigo The ‘Greatest Of War Photograhers’ de Thierry Gervais. O artigo tem como figura central o fotógrafo Jimmy Hare, e levanta algumas questões fulcrais sobre a natureza da fotografia na sua relação com a imprensa no virar do século XIX.
Massa cinzenta
Há muitos momentos em que me deixo convencer, seduzir pela narrativa da cidade, pela sofisticação, pela polidez. Mas é o seu potencial orgânico que me fascina e intriga. A cidade é tanto um organismo de potenciação como de contenção, um palco cheio no debate eterno que nos define entre o impulso e a razão.
Elos
Para quebrar a minha própria linearidade desenvolvo várias estratégias em paralelo, várias abordagens e linhas narrativas. Com o tripé ou à mão livre, a pé, de carro ou (agora também) de bicicleta, faço variar os ritmos e a escala de observação, bem como os impulsos de captura – mais estruturada, conceptual, exaustiva; ou mais espontânea, fragmentada, muda.
Espelho
Há quem diga que o Presente não existe, da mesma forma que não existe um ponto numa recta, que apenas existe o que já passou e o que virá. Nesta acepção, viver o presente é como viver fora de tempo, não como num espelho que nos foge quando dele fugimos mas como numa fotografia que se estende para além de nós.
Cidades Invisíveis
O lado de fora é (quase por definição) o lado marginal, se graduarmos a nossa marginalidade em função da órbita mais ou menos longa em torno do centro ou da nossa posição no eixo da polidez citadina.
O lugar de dentro
Mas existe algo mais, dentro do medo. Existe, por um lado, alguma resistência em relação a algumas narrativas arquitectónicas aparentemente desconexas, estranhas, por outro, as texturas bravias em contraponto com o abandono marginal, acabam por me surpreender mais.