A armadilha é acharmos que uma audiência mais sofisticada é melhor em si mesma. 

Se, enquanto sociedade, vendermos a educação como quem vende uma qualquer mercadoria, se a ostentarmos como um luxo, como afirmação de estatuto, a Cultura crescerá em torno de conceptualizações Etéreas, totalmente desconectadas da Matéria (a essência da Arte). A complexidade da linguagem, as inúmeras camadas de leitura, cumprem o propósito único de codificar o acesso, filtrando, estratificando.

Não estou a sugerir de forma alguma que a Arte deve ser simplificada para ser acessível. Pelo contrário, deve crescer, adensar-se, tornar-se complexa sim, mas de forma orgânica e não com propósitos alheios à própria obra.