Aparecer, Parecer, Ser.
O que nos é dado a ver, as semelhanças que identificamos, o que é de facto.
Como é fácil fixarmo-nos numa sugestão de Verdade, precipitarmo-nos no reconhecimento de um padrão, tomar a aparência pela essência, substituir a indecisão pela vaidade.
“O filosofar não é uma atividade que encerre o indivíduo em si próprio, antes é a vida que o abre aos outros e o harmoniza com estes. Por isso ele não é só inteligência, mas também sabedoria de vida.”
Platão
A troca de ideias, o confronto com a diferença que é o outro, a interdisciplinaridade, permitem-nos triangular a nossa observação na confiança de um conhecimento mais objetivo. Pela observação desimpedida, pela educação livre, pela informação, podemos aceder a modelos fora do nosso campo visual. Pela ciência, pela arte, pela espiritualidade, essa observação alarga-se para lá da espécie, para lá do mundo animado, para lá do tempo.
“na confiança de um conhecimento mais objetivo.”
Sem negar a evidência sábia de que duas cabeças pensam melhor do que uma, de que o conhecimento ganha profundidade no exercício da observação coletiva livre, múltipla, original, quero por um instante contrabalançar a palavra ‘objetivo’ com a palavra ‘confiança’, argumentando que parte dessa confiança resulta do sentimento de comunidade, do sentimento de pertença e ligação ao universo.
Mas se toda a pesquisa nos devolve a nós mesmos, nos devolve ao sentimento primeiro – o mesmo de sempre mas diferente no regresso – se todo o conhecimento se realiza na auto consciência e no sentimento de comunidade, qual é então a verdadeira natureza da Realidade? do Ser em Si? O que encontramos finalmente nessa busca eterna do elemento indivisível? (mais um apelo gritante ao sentimento de pertença)
Sem mais especulação deixo-vos com o cientista cognitivo Donald Hoffman que nos propõe a Consciência como agente fundamental da realidade objetiva.